A catarata nos olhos é a causa mais comum de cegueira reversível no mundo. Ela ocorre porque, com o passar dos anos, o cristalino perde progressivamente a sua transparência.
Este processo é mais evidente após os quarenta anos e comumente causa alterações na visão após a sexta década de vida.
Alterações na composição química do cristalino e desnaturação de suas proteínas levam à perda da elasticidade e da transparência. O envelhecimento é a principal causa da catarata, mas esta ocorre também associada a doenças oculares como uveítes (inflamação ocular), trauma ocular, diabetes e uso de medicamentos como os corticosteróides.
Na catarata congênita, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o bebê nasce com opacidade do cristalino em um, ou ambos os olhos. Estes casos devem ser detectados e tratados precocemente para que não ocorra prejuízo definitivo na visão da criança.
Inicialmente, o paciente que está desenvolvendo catarata pode relatar melhora da visão para perto. Isto ocorre porque as alterações no cristalino levam a uma miopização. Em um paciente hipermetrope, ocorre diminuição da hipermetropia e, em um paciente míope, um aumento da miopia.
As cores podem ficar mais apagadas e a dificuldade visual começa a ser percebida quando o ambiente tem pouca luminosidade. Fica mais difícil ler e dirigir à noite, por exemplo.
Os sintomas mais freqüentes em portadores de catarata nos olhos são:
A catarata progride lentamente e, muitas vezes, o paciente demora a perceber que há algo errado. Em um exame de rotina, o oftalmologista detecta a baixa de visão e observa a presença de opacidade do cristalino. Outras alterações oculares, que poderiam afetar também a visão, devem ser afastadas.
O tratamento da catarata nos olhos é feito por meio de uma cirurgia chamada facoemulsificação. Durante o procedimento, ela é removida e, no lugar, é implantada uma lente intraocular para corrigir o “grau” resultante da retirada da lente natural do olho.
Inicialmente, a baixa de visão provocada pela catarata não traz dificuldades para o paciente. Nesta fase, podem ser prescritos novos óculos, se houver mudanças, e o quadro acompanhado periodicamente pelo especialista.
A cirurgia de catarata, chamada facoemulsificação, é realizada sob anestesia local e sedação leve. É um procedimento delicado, que envolve uma aparelhagem extremamente moderna e um cirurgião bem treinado.
A simples remoção do cristalino tende a deixar o olho extremamente hipermetrope. Para evitar isso são implantadas lentes no momento da cirurgia. As lentes têm a capacidade de corrigir também alterações pré-existentes como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
O cálculo do “grau” das lentes é feito por meio de exames pré operatórios: topografia corneana e ecobiometria ultrassônica ou a laser. A topografia detecta as curvaturas da córnea e a ecobiometria mede o comprimento do olho. Utilizando estes parâmetros e fórmulas matemáticas, é possível calcular o “grau” da lente para atender a necessidade de cada olho. A escolha do tipo de lente intraocular a ser utilizada depende do perfil do paciente.
Em relação ao material, as melhores lentes são feitas de acrílico, material inerte e que não interage com os tecidos e líquidos intra oculares. O resultado visual é excelente e duradouro, minimizando a chance de opacidade da lente ou da cápsula no pós operatório, como ocorria com as lentes de silicone, utilizadas antigamente.
Quanto ao tamanho, as lentes devem passar através da minúscula incisão feita na córnea, para evitar que esta seja ampliada e necessite de pontos. Por este motivo, as lentes utilizadas na grande maioria das cirurgia são dobráveis e implantadas no olho utilizando um injetor especial.
As lentes convencionais conseguem corrigir apenas a miopia, a hipermetropia e astigmatismos baixos. Após a cirurgia, o mais comum é que não sejam necessários óculos para longe, mas apenas para leitura. No caso de pacientes com astigmatismo acima de 1,00 grau, provavelmente serão prescritos óculos multifocais no pós operatório.
Atualmente, existem várias lentes de tecnologia bastante avançada, desenvolvidas para corrigir os astigmatismos maiores e até a presbiopia (vista cansada). Elas são chamadas de lentes Premium.
É importante lembrar que o cálculo do grau das lentes intraoculares é feito por meio de fórmulas matemáticas e, por mais modernos e detalhados que forem os exames e programas, o resultado final pode não ser exato e, o paciente, provavelmente precisará de óculos no pós operatório. Além disso, a cicatrização é um processo individual e o resultado pode ser afetado por uma fração de milímetro na posição final da lente. Se necessário, o “grau” residual pode ser corrigidos com o uso de laser (cirurgia refrativa).
A ocorrência de complicações é rara na cirurgia de catarata por facoemulsificação quando realizada por um cirurgião experiente. Cuidados são tomados antes e depois da operação para prevenir infecção, que ocorre em menos de um caso em mil cirurgias. Outras ocorrências possíveis são edema macular, edema de córnea, hemorragia, descolamento de retina, deslocamento da lente intraocular, aumento da pressão ocular, astigmatismo e ptose.
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